Palavras de um ex-suicida
- Bru Mor
- 13 de mar. de 2022
- 2 min de leitura
Depressão, angustia e opressão
Bruno Borges
Para muitas pessoas, a depressão está relacionada com o drama, com a frescura. Para mim, é estar com um sentimento de dor, onde procuramos encontrar diversas maneiras de nos alegrar até desistirmos, é também quando a dor interna se torna mais forte do que a externa. Ao passar dos dias, meses e dos anos, aquilo que no começo parecia ser algo banal, mais para frente se torna algo preocupante.
Posso dizer por experiência que o caminho de um suicida, está com a solidão e opressão. Muitas das vezes, o problema que se encontra é algo pequeno comparado ao que já passou. Percebo por estes anos, que o suicida não é aquele que diz que vai se matar, mas sim aquele que se esconde através de máscaras como sorrisos e alegria, que até próprio indivíduo acredita estar sentindo.
Não sei ao certo quando comecei a ter pensamentos ruins, só sei que tive em alguma faze dos 14 para os 15, e quando percebi que talvez estava com depressão foi após minha primeira tentativa de suicídio e mesmo assim, aquilo se tornou normal. Após isto veio mais pensamento, um deles para que me jogasse na frente dos carros, caminhões o que passasse. Não tinha esta coragem para me correr e me jogar, então comecei com as mutilações, estava mais fácil e realmente aliviava a dor, mas depois de um tempo parou de dar certo e o sentimento só aumentava. Pessoas depressivas se sente incompreendida, não aceita e mal amada. O que é mentira, já que temos laços afetivos com todos ao nosso redor. O que é necessário para mudar seria principalmente a perspectiva; nem todos nos amam, mas sempre tem aquele amigo mais íntimo, e de qualquer forma você realmente precisa do amor de outra pessoa para viver? Acredito que não!
É necessário também, criar amor para si mesmo. Como irá amar e receber afeto se não existe amor dentro de si? Os pontos mais simples, atitudes pequenas, conseguem mudar gradativamente nossos pensamentos.
Sou Bruno Borges Moraes, aos 14 para 15 anos, passei por momentos difíceis. Aos 17 acreditava ter vencido a depressão, mas tentei novamente. Mesmo dentro da igreja, rodeado por pessoas me sentia sozinho. Hoje percebo que não era as pessoas que se afastavam, mas era eu quem afastava elas. Um dos momentos mais difícil, é quando não conseguimos nos libertar dos pensamentos e o que resta é se entregar. E se realmente tivesse me entregado mais para a melancolia, hoje não estaria casado, pai... e com outras experiências extraordinárias que sequer jamais sonhei em passar.
Tente viver mais um pouco, mesmo parecendo que é uma tortura. Pois, apenas parece, não é! Somos nós quem construímos nossas lembranças e sentimentos.
Comments